Hoje teremos uma análise detalhada – ou não – dos personagens principais de Death Note (um quadrinho japonês lançado em 2003) e analisar os pensamentos humanos referente ao acontecimentos do Mangá e Anime.
Antes de começar, ja vou avisando que possíveis spoilers irão acontecer no decorrer da matéria. Como falaremos de assassinato de um modo abrangente, alerto a você – que tem muitos problemas psicológicos – a não continuar lendo essa matéria. Você pode ficar maluco e sair dando tiros em pessoas normais dentro de um cinema. (sério – ou não)
PS: Se puderem, VEJAM DEATH NOTE e aí entenderão minhas análises.
E não para por aí. Há algum tempo atrás, foi noticiado que Death Note havia sido comprado pela Warner Bros e recentemente a Warner anuncia que o diretor e roteirista já foram contratados. O diretor que irá dirigir essa empreitada é Shane Black, o mesmo deMáquina Mortífera. O diretor diz que é muito fã do mangá, então esperamos que a adaptação não seja ruim. Os roteiristas contratados foram Anthony Bagarozzi eCharles Mondry e estou rezando para que eles saibam trabalhar direito nessa adaptação.
Death Note você encontra nas bancas ou por encomenda em livrarias. Esse mangá – quadrinho japonês – foi publicado pela editora JBC e possui 12 volumes que finaliza a série e o 13º nomeado de “How to Read” é uma enciclopédia, um guia para os aficcionados pelo quadrinho.
Começaremos com a premissa de Death Note. Essa é uma série de mangá escrita por Tsugumi Ohba e ilustrada por Takeshi Obata. No Japão foi publicada pela revista semanal Shonen Jump, de Dezembro de 2003 a maio de 2006, totalizando 108 capítulos compilados em 12 volumes.
Death Note conta a história de Light Yagami, um aluno exemplar que acaba encontrando um caderno que causa a morte à pessoa cujo nome for escrito nele. Após isso, Light – ou Raito – começa a fazer justiça com suas próprias mãos, punindo aqueles que ele julga não servir para a sociedade. Raito começa então a escrever os nomes de assassinos e prisioneiros no caderno. Eis que após matar muita gente, Raito recebe a visita de um Shinigami – Deus da Morte – que diz ser o dono do caderno e o ensina a utilizar todas as especificações colocadas em inglês no inicio do mesmo. Com as mortes, os japoneses começaram a dar méritos a esses assassinatos a uma entidade chamada Kira – do inglês Killer – , uma alcunha muito peculiar que caiu no agrado de Raito que se auto-proclamou Kira sem pensar.
Porém, com a quantidade de assassinos e presidiários morrendo aos montes, as nações unidas entende que isso só poderia ser um tipo de ataque criminoso e num ato de desespero contrata um famoso detetive de alcunha “L” – Éle, no português, ou Él, no inglês. Esse extraordinário detetive, que resolve casos com 3 alcunhas diferentes, nunca deixou de resolver um caso se quer, ganhando muito prestígio e dinheiro no sub-mundo da elite política.
A história toda de Death Note é uma caçada de gato e rato. O detetive L caça vorazmente a entidade chamada Kira, enquanto o Kira tenta conseguir meios para matar L sem que as provas o condene.
Eu não vou explicar mais coisas para não perder a graça, mas o que quero analisar é como um simples estudante de direito que possui um senso de justiça fora do comum acaba se tornando um sociopata de mão cheia.
Com um clima bem tenebroso e no formato policial investigativo, Death Note traz a tona um dos maiores Sociopatas da história dos mangás.
O que é um Sociopata?
Segunda a Wikipédia, o Transtorno de Personalidade Anti-Social, vulgarmente chamado Sociopatia, é um transtorno de personalidade descrito no DSM-IV-TR, caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais, e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros. Não raramente os sociopatas têm um comportamento agressivo e indiferente que varia de caloroso para frio ou cruel dependendo de como quiser manipular, inteligência acima da média e possuem uma variedade grande de talentos como escrever e juntar rimas. A maioria dos sociopatas (72%) é do sexo masculino, ao contrário do transtorno de personalidade limítrofe, cujo a maioria dos doentes é do sexo feminino. A maioria dessas pessoas tem uma família desestruturada e tiveram uma infância difícil, e quando atingem o fim da adolescência ou início da fase adulta, utilizam comportamento violento como meio de se “vingar” do passado, inconscientemente. Na psicanálise tal comportamento é característico das estruturas ligadas as modalidade de perversão, que diferem das neuroses e das psicoses. A psicopatia, bastante próxima do transtorno de personalidade anti-social, em geral, é mais severa que este. Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é chamado de Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2). Indivíduos com este diagnóstico são usualmente chamados de sociopatas. É uma psicopatia generalizada: aversão de tudo e a todos.
E eu digo mais, um Sociopata é do tipo que mata e assassina achando aquilo moralmente correto sem se importar com as leis impostas por terceiros. Ele não gosta de assassinar, ele precisa assassinar. É a lei dele.
Sobre Raito Yagami – “Esse mundo está podre”.
Sociopata? Raito Yagami é muito pior que isso. Digamos que ele é tão inteligente que acaba entendendo sua superioridade a ponto de achar tudo ao seu redor uma tremenda chatice. É aí que o garoto entra num estágio inicial de depressão. Um tédio profundo que faz sua cabeça desprezar todos aqueles que não possuem uma conduta moral correta.
Ao encontrar o Death Note, Raito encontra uma razão pra sua vida chata. Ele obtém uma “pílula” que funciona como um Prozac, um ati-depressivo, que traz de volta sua vida. E com sua vida recobrada, Raito fica feliz e satisfeito se auto-proclamando DEUS e julgando todos aqueles que ele acha indispensável para humanidade.
A falsidade sociopata chega a tanto que esse gênio consegue, com maestria, ser um simples estudante inteligente ao mesmo tempo que se torna um dos maiores assassinos do mundo. A picaretagem é tanta que ele trata – em muitas vezes – com carinho, sua mãe, sua irmã e seu pai, demonstrando um afeto de um filho sistematicamente normal.
Raito conhece sua mente. Sabe do que é capaz, conhece todas as suas limitações, por isso, faz tudo de caso pensado. Ele não dá um passo sem premeditar o próximo. E foi com essa inteligência que, no passado, suas habilidades – mesmo como um simples estudante – foi utilizada para resolver pequenos casos da policia japonesa onde seu pai,Soichiro Yagami, é o chefe da repartição. (que coisa não?)
Se você perceber, o Death Note, foi o agente que deu a ignição para a mente sociopata de Raito. Sem o caderno, Raito poderia ser um simples cidadão japonês e seria engolido pelo sistema politico de tal forma que ele talvez se tornaria um promotor ou um juiz tão habilidoso e justo que poderia fazer alguma diferença para a sociedade japonesa e quiça mundial. Ou se tornado uma figura política usando o submundo a seu favor. Um corrupto.
Se Raito seria uma boa pessoa, isso nunca iremos saber, já que o caminho iluminado de Raito se desvirtuou com o caderno. Fazendo uma alegoria religiosa, podemos até dizer que o caderno é a forma exata do demônio. O desejo de poder concedido ao homem. Você consegue um poder ilimitado e vai usá-lo como bem entende, porém, o demônio cobra seu imposto e esse poder pode lhe trazer muita dor de cabeça. Em muitos casos o mesmo poder que te deu força para fazer o que quiser, também pode ser o mesmo poder que te traz a perdição.
Pensamento de Raito Yagami: “Maligno? EU SOU A JUSTIÇA! Sou o homem que salvará os oprimidos. E serei o Deus de um novo mundo, um mundo ideal! Aqueles que se opõem a Deus, estes, sim, são malignos!”
O que é um Autista?
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relaciona mentos e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas. Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros, presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.
E digo mais, para mim, o autista é tão inteligente, mas tão inteligente que acaba apresentando um déficit de alguma habilidade. Essas pessoas chegam a ser tão inteligentes que não conseguem controlar tanta explosão de idéias. É como se você tivesse um turbilhão de pensamentos e processos em sua cabeça e não conseguisse organizar de forma ordenada trazendo um caos mental possibilitando apenas você concluir uma idéia por vez.
Sobre o Detetive “L” – “Sou Infantil e odeio perder”
L é o tipo de autista que conseguiu ordenar todo o caos mental. Digamos que é um tipo de ser humano que evoluiu de tal forma possibilitando colocar de forma ordenada em sua mente tudo que antes vivia na bagunça mental.
E com isso, suas habilidades acabam triplicando e o tornando em um gênio espetacular que pode ser bom em qualquer coisa. Basta organizar sua mente e entender o processo da coisa. Não há nada que o L não possa fazer.
Na realidade há uma coisa sim. L não é muito bom em se relacionar com pessoas. É sincero demais e isso o faz perder toda a parte social que faz uma relacão seguir tranquila nos moldes morais.
Possui um forte senso de justiça e tem uma mania enorme em desvendar quebra-cabeças. Outra mania freak de L é a devoção por doces. Come muitos doces por dia. Segundo ele, o doce faz com que sua mente trabalhe melhor estimulando suas habilidades investigativas. L é o típico esquisito nerd da classe. Anda completamente desarrumado, não liga para a aparência nem para qualquer coisa ao seu redor. Sua única preocupação é sustentar seus vícios – doces e quebra cabeças – e ficar sempre ocupado. L não é tão diferente de Raito. Ele também sente uma depressão profunda por se achar superior a tudo. A única diferença é que L encontra sua alegria desvendando quebra-cabeças e prendendo assassinos e vigaristas nos moldes legais da forma que ele pode. Ele sente um prazer enorme em fazer isso. L não li ga para os sentimentos de sua equipe, muito menos para os sentimentos de sua caça, ele apenas resolve tudo do seu jeito, não importando os meios, por isso ele resolve legalmente da forma que pode, quando a coisa aperta ele parte para a ilegalidade.
Esse detetive esquisito seria um Sociopata de primeira linha se não tivesse uma pessoa que colocasse um freio em suas ações. Watari, um criado bem nos moldes deAlfred do Batman, a única diferença é que Watari é quem tem o dinheiro, mas vive seu capricho mantendo uma casa de crianças especialmente inteligentes e trabalha ao lado de L. É a pessoa que incentiva todas as maluquices desse detetive e é a pessoa que cordena suas ações. Ta certo que Watari é tão esquisito e amante de quebra-cabeças quanto L, porém, é ele que funciona como um bloqueio para a mente perversa do detetive L. Não que L seja realmente perverso, mas, inteligência de mais acaba transtornando os seres humanos. Se você tem um poder e sabe a relíquia que tem nas mãos, com certeza você usaria da forma que quisesse. Tipos como L, não liga pra dinheiro, mulheres e todos esses prazeres mundanos. Ele apenas quer se satisfazer e seu prazer profundo, seu tesão – perdão da palavra – é apenas desvendar crimes e mistérios que ninguém mais consegue desvendar. É esse abismo de desafios que mantém uma mente perversa longe da maldade. E é por isso que, apesar de trabalhar em um mundo completamente sombrio, L parece uma criança. Sua inocência em certos assuntos chega a ser engraçado. De certa forma, apesar de ser um detetive de responsabilidade, L com certeza é uma criança mimada e teimosa.
Pensamento do Detetive L: “Não importa o quanto tente, você sozinho não pode mudar o mundo. Mas este é o lado bonito do mundo.“
Avaliação:
A verdade é que os dois personagens são muito parecidos e é por isso que em vários momentos do mangá existe uma afetividade enorme entre os dois. Um tipo de amizade sincera que poderia dar certo se os dois tivessem se conhecido em outras circuntâncias. São duas pessoas que não se encaixam no mundo em que vivem e por isso tentam desesperadamente achar alguma coisa para suprir a falta que possuem em seus corações.
Existiu um boato, há um tempo atrás, falando que a roteirista teria escrito uma história onde detetive L teria encontrado o caderno e assim se tornado um sociopata rico e inteligente, e Raito seria apenas um estudante ultra inteligente que devido a um acontecimento, foi obrigado a caçar o L desesperadamente. Não sei se tal história vingaria, mas seria interessante a inverssão de papéis. Já que são personagens muito parecidos, poderia dar certo.